Obras paradas por aguardar liberação poderiam estar movimentando mais de R$ 1 bilhão em Taubaté
Grupo de arquitetos e engenheiros se mobiliza; demora afeta também oferta de emprego para pedreiros, eletricistas, encanadores e prestadores de diversos tipos de serviço
O excesso de burocracia no Brasil é um entrave para a abertura de negócios e para o crescimento do país na opinião de mais de 80% dos brasileiros entrevistados em uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope.
No ano passado, fui procurado por um grupo de engenheiros e arquitetos de Taubaté que pediam ajuda para tirar do papel alguns entraves relacionados a construção civil. Uma pesquisa realizada entre os profissionais estimava que existia na cidade mais de 500 mil m² de projetos e obras “em análise” pela Prefeitura.
Se considerarmos um custo de construção de R$ 2 mil por metro quadrado, somando projeto, material e mão de obra, estamos falando de mais de R$ 1 bilhão que poderiam estar circulando na economia local.
Além disso, quando falamos em obras paradas, não são apenas os engenheiros, arquitetos e as grandes construtoras que acabam afetados por essa demora. Pedreiros, pintores, eletricistas, encanadores e prestadores de diversos outros serviços também perdem oportunidades de trabalho, comprometendo toda uma cadeia de geração de emprego e renda para a população.
Para mudar essa situação, temos que buscar mais agilidade e transparência nos projetos da construção civil e, consequentemente, combater a burocracia. Dando início a essa missão, eu e o grupo de engenheiros, arquitetos e demais pessoas relacionadas a esse setor nos reunimos com técnicos e com o secretário de planejamento da Prefeitura de Taubaté para fazer um diagnóstico do cenário atual.
A partir desse encontro, foram identificados dois gargalos: a falta de informatização para tramitação dos processos da prefeitura e a necessidade de modernização do Código de Obras da cidade.
Com esse diagnóstico em mãos, partimos para a solução. Fomos saber como funcionava, dentre outros, o sistema da Prefeitura de Pindamonhangaba, apontado pelos profissionais da área como uma referência em agilidade. Em conjunto, levantamos os melhores processos e sistemas informatizados que são referência em São Paulo e no Brasil.
Desenhamos com todas as partes uma reformulação nos processos taubateanos e idealizamos um projeto de informatização para a cidade. Também firmamos um compromisso com a Prefeitura de Taubaté para modernizar o Código de Obras e, enquanto deputado, montei uma comissão com voluntários para acompanhar e fiscalizar todos esses processos.
Em seguida, foi definido o orçamento para tornar esses dois projetos em realidade e destinei, por meio de emendas parlamentares, o valor necessário para que isso acontecesse. Atualmente, a informatização está aguardando a publicação da licitação e o Código de Obras já tem edital publicado.
A construção civil é vista como uma locomotiva de crescimento econômico. Por isso, é urgente atuar no incentivo a esse setor. Cada projeto parado significa menos dinheiro circulando. Ao combatermos a burocracia e garantirmos mais agilidade, é possível aumentar a arrecadação da cidade e, principalmente, gerar mais emprego e renda para os taubateanos.